Quando eu
deixei a minha cidade, a minha família, os meus amigos, a minha casa e os meus
cachorros para cair nessa imensidão que é São Paulo e começar a faculdade dos
meus sonhos, eu não fazia ideia do que realmente significava isso.
Não imaginava
que ia ser tão doce e tão amargo. Não imaginava que ia me sentir tão distante e
tão próxima.
Estar longe dói
com frequência. Não fazer parte do dia-a-dia de quem você ama é uma ferida
constantemente aberta.
Mas ao mesmo
tempo carrego todas elas, seus rostos, seus jeitos, seus cheiros, seus
sorrisos, carrego-as no meu coração de um jeito que eu não fazia quando estava
fisicamente perto. A distância muda o amor. Mas não na intensidade, somente na
sua forma. Aprendi a amar de longe, e isso alargou meu coração. Alargou tanto
que já começo a amar tudo isso que me é novo na vida. E multiplicam-se os
rostos que eu carrego comigo.
Me vejo alegre.
Alegre porque fui capaz de escolher e minha escolha me transformou. Hoje vivo
com mais peso. Com mais sentido, mais direção e mais magnitude (veja só, sou
quase um vetor!).
Mas a alegria maior está em saber que a mudança não
termina. Viver é mudar, e crescer, e transformar, e aprender, e lutar. E em
meio a tudo isso a gente ama. Ama os outros, ama as lutas, ama os dias. E o que
era no início amargo se torna, gradualmente, cheio de doçura.
Adélia
Belo texto! Em que faculdade você entrou, só por curiosidade?
ResponderExcluir